AmericanaAmericana http://americana.blogfolha.uol.com.br Ideias e histórias que só poderiam vir dos EUA Mon, 18 Nov 2013 13:26:09 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Longe dos turistas http://americana.blogfolha.uol.com.br/2013/05/03/longe-dos-turistas/ http://americana.blogfolha.uol.com.br/2013/05/03/longe-dos-turistas/#comments Fri, 03 May 2013 11:37:00 +0000 http://americana.blogfolha.uol.com.br/?p=176 Continue lendo →]]>

NEW ORLEANS – Em seu miolinho, movido a música e turistas, New Orleans parece a mesma de sempre.

O festival de jazz que começou na última semana e segue até este domingo atraiu uma multidão possivelmente tão grande quanto a do ano passado (um recorde, 450 mil). Os restaurantes estão cheios. Os hotéis, apesar dos preços altos, também. As pessoas estão felizes, bebendo nas ruas (como nunca se vê nos EUA), lotando os parques, e se movimentando entre as ruelas do French Quarter, os casarões históricos do Garden District e os restaurantes modernetes do Distrito Financeiro.

A meia hora de ônibus circular desse coração festeiro da “Big Easy”, porém, os vestígios do furacão Katrina, que assolou a cidade há oito anos, ainda são visíveis. No bairro do Ninth Ward (que em português poderia receber a soturna tradução de Pavilhão Nove), o entulho em que se transformaram as casas inundadas foi retirado. Mas a reconstrução de que a cidade tanto se orgulha nunca chegou verdadeiramente até esses quarteirões desolados, habitados por uma classe média baixa e predominantemente negra.

Ali, os terrenos baldios são tão ou mais numerosos do que as casas reconstruídas. A tradição local é de construções de madeira, e muito do que a água levou jamais voltou a ser refeito. Algumas casas novas pontuam as quadras amplas, se alternando com as plantas que crescem sobre a calçada despreocupadamente. Mas as poucas casas de tijolos destroçadas pelo furacão ainda servem de atestado para a memória, abandonadas, comidas pelo mato.

Eu estive em New Orleans por apenas quatro dias (infelizmente, só peguei o primeiro dia do festival, com os preços proibitivos de hoteis). Mas uma coisa que precisava fazer era checar o que havia acontecido com a Ninth Ward, sobre a qual nós jornalistas tanto escrevemos oito anos atrás.

Para chegar ali, é preciso pegar um ônibus circular, que vai ficando mais e mais vazio conforme cruza as pontes sobre canais e o rio Mississippi. Mas não é preciso ir até a Ninth Ward para ver pobreza. Pertinho do miolo turístico, a poucas quadras de onde o pintor francês Edgar Degas (1834-1917) chegou a morar por alguns meses, no bairro do Treme, o descaso já é nítido, com lixo acumulado e casas sujas e depenadas. Mais adiante na viagem, em Bywater e adjacências, as casas continuam em pé,e muito próximas umas das outras como eram no bairro vizinho.

Muitas ainda têm tatuadas a marca sinistra do Katrina, a cruz pichada, marcando quantos adultos, quantas crianças, quantos animais e quantos corpos haviam ali para ser resgatados. Vidraças e portas destruídas nunca voltaram para o lugar, dando espaço para pedaços de tábuas pregados nas janelas e batentes, para inibir saqueadores e intrusos.

Para parte dos analistas políticos, o Katrina, mais do que a Guerra do Iraque, selou o destino político do então presidente George W. Bush. O despreparo com que a tragédia foi tratada, depois de acontecer, acabou marcando mais do que os anos de negligência que levaram a ela. E não que no atual governo isso tenha mudado, pelo menos não ali, no sul profundo — não no Mississippi (que eu visitei no ano passado), não na Louisiana, não no Alabama.

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Antes de escrever este (adiado) post, estava lendo uma reportagem do New York Times sobre o aumento abrupto dos suicídios entre os americanos de meia-idade. A crise, o descaso, a pobreza — depois de três anos aqui, a impressão é que não são só as casas de New Orleans que ficaram permanentemente marcadas por ela.

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Este post marca também uma espécie de despedida, ainda que uma despedida lenta. Volto ao Brasil no mês que vem, para a Redação da Folha, com a missão cumprida. Foram três anos incríveis nos EUA, cobrindo a campanha eleitoral e os efeitos da crise, e tentando mostrar lados do país que conhecemos menos.

Os spams têm consumido a caixa de mensagens, e o tempo até o meu retorno vai ser muito apertado para manter o blog em dia (já não o fiz nas últimas duas semanas), mas estou aberta a responder pedidos e sugestões de leitores sobre lugares nos EUA que merecem ser visitados.

A todos que acompanharam, criticaram, elogiaram e, sobretudo, debateram, um enorme obrigada.

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Boston, 15/4/13 http://americana.blogfolha.uol.com.br/2013/04/15/boston-15413/ http://americana.blogfolha.uol.com.br/2013/04/15/boston-15413/#comments Tue, 16 Apr 2013 01:05:59 +0000 http://americana.blogfolha.uol.com.br/?p=168 Continue lendo →]]>

WASHINGTON – Numa das paredes de casa, há um pôster com uma ilustração das tulipas e da estátua de George Washington do Jardim Público, o principal parque de Boston, com uma frase em homenagem à cidade que por um ano eu e meu marido chamamos de casa: “berço da democracia”.

É um epíteto exageradamente americano e patriota, um eco das batalhas pela Independência e das revoltas que a precederam, muitas das quais ainda inspiram os cidadãos do país. No meu caso, é uma pequena homenagem e uma lembrança do lugar que me acolheu com tanta generosidade, com suas universidades incríveis e seus moradores tão fascinantes, vários dos quais se tornaram amigos.

Nesta segunda, foi preciso escrever, telefonar (sem sucesso) ou enviar mensagens a cada um deles para saber se estavam bem. Se ninguém — nem os amigos dados a correr maratonas — havia sido atingido pelas explosões que visaram a linha de chegada da corrida e, indicavam as primeiras e esparsas informações, pontos da cidade que naquele ano fizeram parte da minha rotina.

Americanos e brasileiros que fizeram nossa estada lá um dos períodos mais bacanas da minha vida foram, um a um, respondendo. Conforme as respostas chegavam, vinha o alívio. Ao mesmo tempo uma tristeza tremenda.

Uma ex-colega, mãe de duas crianças (uma das vítimas tinha só oito anos), disse estar com raiva e medo. Um professor querido lembrou-se do 11 de Setembro. Um amigo brasileiro disse ter tido a sorte de mudar seu roteiro e desistir de ir ao centro da cidade. A amiga canadense repórter apareceu com fotos do local, já trabalhando. Uma família brasileira, estupefata, retransmitiu o noticiário quase em tempo real. Outra amiga falou “loucura”. A mãe recente, em tristeza e susto. Um amigo mestrando eu ainda não consegui encontrar, mas imagino que, por ser feriado na cidade, ele estivesse viajando.

Quando eu lembrar de Boston, eu queria me lembrar do rio Charles e de seus remadores. Das casas que ainda se empenham, independentemente da classe de renda a que pertençam, em se encherem de luzes de natal em Sommerville. Da multidão multiétinica que sai dos portões de Harvard, do MIT, da Tufts, da Boston University — embora essas sejam, provavelmente, as únicas multidões verdadeiramente multiétinicas da região. Da neve se acumulando diante das casas de madeira, exatamente como eram a cem ou duzentos anos. Dos shows de rock no Orpheum. Das árvores que se tornavam vermelhas, laranjas e amarelas no outono. Das vitrines da rua Newbury. Dos músicos tocando no Jardim Botânico. Dos bares da Boylston e de Cambridge. Da comida do North End. Do violinista da estação de metrô em Harvard Square. Dos bolinhos de caranguejo. Das casas austeras de Beacon Hill. Do Instituto de Arte Contemporânea e sua incrível vista para a baía. E das tantas caminhadas pela cidade, mostrando-a para a família e os amigos que visitavam com um orgulho emprestado.

Agora eu vou lembrar, antes de tudo, dessas palavras de alívio que chegaram nesta segunda-feira, em meio a um noticiário confuso, em que nós, jornalistas, pouco pudemos apurar, e do qual eles, os políticos, mal souberam explicar.

É cedo para palpites, e a natureza improvisada dos atentados tornam o cenário todo mais confuso. Estariam os EUA, de novo, às voltas com o terrorismo doméstico? E qual a causa? Qual a motivação?

Principalmente, porque atingir uma cidade tão generosa, que com seus 625 mil habitantes, deu e dá tanto para os EUA e para o mundo? O que Boston simboliza, se não aquilo que os EUA ainda têm de melhor?

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Thatcher e os EUA http://americana.blogfolha.uol.com.br/2013/04/09/thatcher-e-os-eua/ http://americana.blogfolha.uol.com.br/2013/04/09/thatcher-e-os-eua/#comments Tue, 09 Apr 2013 21:14:18 +0000 http://americana.blogfolha.uol.com.br/?p=163 Continue lendo →]]>

Thatcher e Reagan em Camp David, em 1982 (foto da Associated Press)

WASHINGTON – Poucos líderes estrangeiros – e certamente nenhum no pós-Guerra – se tornaram ícones tão fortes nos EUA como a ex-premiê britânica Margaret Thatcher, que morreu ontem.

Não só nos EUA, aliás. Não vejo exagero no título de um artigo no conservador “Wall Street Journal”, assinado pelo historiador Paul Johnson: “A Margaret Thactcher que mudou o mundo” (o mesmo a chama de a mulher que mais influiu na política mundial desde Catarina da Rússia – não menos controversa).

O legado de Thatcher dentro e fora do arquipélago britânico é objeto de ódios e amores, mas, até por isso, sua força e persistência são inquestionáveis.

Aqui, talvez por falta de nomes atuais que preencham a lacuna, Thatcher ainda é reverenciada pelo movimento conservador como Ronald Reagan, com direito a pôsteres em convenções políticas e obituários extensos nas publicações que pendem à direita.

Mais: o conservadorismo americano hoje segue muito mais a cartilha da britânica do que a do próprio ex-presidente republicano, uma figura mais afável e transigente.

Contemporâneos no poder, Reagan e Thatcher não só mantiveram uma parceria sólida e consistente como acabaram exercendo influência um sobre o outro (mais dela sobre ele do que o contrario, aliás).

Se Reagan era capaz de atrair a empatia até de centristas e democratas com sua personalidade magnética, seu otimismo retórico e seu pragmatismo, era o pulso firme (inflexivelmente firme) que rendeu admiração a Thatcher para além das fileiras conservadoras.

Sua crença genuína de que não há tratamento sem dor para um país de finanças doentes foram seguidas não só por seu contemporâneo americano. A pulverização dos sindicatos, espelhada até agora nos EUA, é puro thatcherismo,  assim como a onda de privatizações copiada na América Latina uma década depois de Thatcher iniciá-la.

Suas ideias, afinal, inspiraram não só os liberais, mas também uma leva de políticos de centro-esquerda –  o trabalhista Tony Blair, o democrata Bill Clinton, e o próprio FHC no Brasil – a buscar o que, à época, se chamou de Terceira Via.

Suas máximas sobre cortes e ajustes ainda fazem eco nas recomendações para uma União Europeis Europa em crise (especialmente quase se questiona a longevidade do bloco – Thatcher sempre quis freios à integração).

Com o peso das paixões, da adoração e do ódio, em seu país, coube a um jornal progressista americano, o “New York Times”, publicar o melhor obituário hoje da Dama de Ferro (a Folha publicou uma excelente análise de Oscar Pilagallo, também recomendo).

Não se pode resumir Thatcher à líder insensível que pulverizou o movimento sindical em seu país, acabou com o subsídio às artes e nacionalizou a indústria. Tampouco louvá-la somente como a premiê que recolocou a economia do país em pé e lhe deu um rumo político, resgatando-lhe a relevância.

Os americanos, tão carentes de líderes hoje, notaram bem.

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Conservadores e gays http://americana.blogfolha.uol.com.br/2013/03/26/conservadores-e-gays/ http://americana.blogfolha.uol.com.br/2013/03/26/conservadores-e-gays/#comments Tue, 26 Mar 2013 19:41:34 +0000 http://americana.blogfolha.uol.com.br/?p=155 Continue lendo →]]>

Manifestantes diante da Suprema Corte, em Washington (Reuters)

WASHINGTON – Tchau, orçamento empacado. Hello, casamento gay.

Washington mudou definitivamente de ares nesta semana, e a Casa Branca e o Congresso, em seu eterno e estéril embate sobre o orçamento, cederam o protagonismo à Suprema Corte.

Nas mãos dos nove juízes está a possibilidade de fazer história, e reverter a lei federal que diz que os Estados não precisam considerar casamentos gays realizados alhures e que cônjuges homossexuais não precisam ser reconhecidos na hora de receber benefícios do governo (pensões, facilitação de status de imigração etc).

Ou, por outro lado, também podem colocar na jurisprudência que casamento é só entre um homem e uma mulher, o que reverteria o status dos casais sacramentados nos nove Estados que permitem esse tipo de união.

Tudo parecia caminhar para a primeira possibilidade, sobretudo após o presidente Barack Obama tornar-se, no ano passado, o primeiro no cargo a reconhecer o direito ao casamento para pessoas do mesmo sexo.

O movimento foi ganhando fôlego e corpo com outras figuras públicas dos dois lados do espectro político — como os Clinton (e foi Bill, quando presidente, quem promulgou a lei que tira o acesso dos gays aos benefícios dos cônjuges) e o senador republicano Rob Portman, que revelou ter um filho gay (Will, 20, que na segunda escreveu este post sobre sua saída do armário).

As pesquisas de opinião indicam um apoio levemente majoritário ao casamento gay (em boa parte dos casos, dentro da margem de erro). Mas houve avanço tremendo nos últimos anos, talvez porque hoje quase 60% dos americanos saibam que têm um parente ou amigo próximo gay.

Mesmo entre os conservadores a percepção mudou, e muitos já pedem uma dissociação do debate sobre casamento entre pessoas do mesmo sexo e o debate sobre aborto. Essa mudança no lado mais à direita é, em boa medida, geracional. Mas, quando ocorre entre os mais velhos, se dá em cima de dois argumentos:

1) para quem é contra o direito ao aborto (e, por favor, as pessoas são a favor do direito ao aborto, dificilmente alguém achará que aborto é uma coisa bacana de se fazer), o entendimento costuma ser o de que o feto é um ser vivo desde a concepção, e portanto a interrupção da gravidez mataria uma pessoa. Muito mais difícil é argumentar que o casamento gay prejudique alguém;

2) o governo não deveria se meter na vida privada — especialmente na vida sexo-afetiva — de seus cidadãos adultos (este é o argumento mais comumente evocado pelos libertários, que pregam o Estado mínimo, a liberdade individual máxima e , na hora de simplificar o espectro político, acabam mais identificados com o Partido Republicano).

3) Convicções religiosas não podem ser impostas pelo Estado;

4) A Constituição do país declara que todos os cidadãos são iguais perante a lei — inclusive para receber benefícios.

Tudo isso eu cansei de ouvir entre os conservadores com até 40, 45 anos durante as eleições, e funcionava meio como um broxante (com o perdão do trocadilho) na hora de o sujeito votar nos republicanos, por mais forte que fosse a identificação com o partido em questões econômicas e fiscais.

Curiosamente, apesar de todo esse movimento (a escadaria da Suprema Corte está lotada de manifestantes dos dois lados) e de tantos olhos atentos, os juízes parecem agora titubear. Na abertura do caso, nesta terça, houve questionamentos se já era mesmo a hora de tocar nesse assunto. Não foi um posicionamento contra nem a favor. Foi uma dúvida, mesmo, “mas jáááá?”

A decisão deve vir até junho. Se a hora não for esta, os juízes correm o risco de serem deixados para trás pela História.

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O exército de Obama http://americana.blogfolha.uol.com.br/2013/03/13/o-exercito-de-obama/ http://americana.blogfolha.uol.com.br/2013/03/13/o-exercito-de-obama/#comments Wed, 13 Mar 2013 17:53:58 +0000 http://americana.blogfolha.uol.com.br/?p=147 Continue lendo →]]>

WASHINGTON – Apesar de a reeleição ter feito Barack Obama descer do palanque, o presidente dos EUA está cultivando seu pequeno exército de simpatizantes e eleitores organizados via internet sob a brecha fiscal de “grupo de bem-estar social”.

Com a vitória em novembro passado, o banco de dados que congregava seguidores do presidente foi convertido imediatamente na base do movimento político Organizing for Action, algo como “organizando para a ação”.

O grupo, hospedado no mesmo site em que Obama abrigou sua campanha, é descrito pelos criadores como uma “organização sem fins lucrativos estabelecida para apoiar o presidente Obama na obtenção da agenda nacional na qual os americanos votaram em 2012”.

Na lei, continua o texto, enquadra-se como “grupo de bem-estar social” para objetivos de imposto de renda. (Obama não é o único — o grupo de Karl Rove também goza de isenções fiscais por supostamente promover o *bem-estar social*.)

A OFA (na abreviatura em inglês) promete defender as políticas que Obama defendia na campanha pelo país e “mobilizar cidadãos de todos os partidos e lugares para pedirem a rápida implementação do programa” .

Até agora, a organização não parece ter tido muito sucesso. O Congresso continua patinando sem se preocupar se o mundo lá fora está caindo; a popularidade do presidente cai (a dos congressistas, já despencou); a oposição está mais ocupada em trocar acusações internas do que em fazer propostas viáveis e, apesar dos sinais recentes de melhora na economia, pesquisas mostram que paira um temor geral sobre a nação.

Para recuperar os ânimos, Obama, que é ex-organizador comunitário, decidiu ele mesmo ir a um evento da OFA que começa nesta quarta em um hotel em Washington, no qual discursarão ex-pesos-pesados de sua campanha, como Jim Messina, e ex-integrantes de seu primeiro gabinete, como Lisa Jackson, da agência ambiental. No topo da agenda, estão controle de armas e reforma migratória.

O modelo certamente é válido, e maior organização social política é algo que faz falta (aqui e no Brasil). Mas o fato — inédito — de o grupo ser liderado por um presidente em exercício e responder como organização de bem-estar social, porém, tem atraído dúvidas e críticas

Ignorando especulações sobre conflito de interesses, o presidente participará de um jantar com doadores e simpatizantes da organização. O grupo promete listar todos os doadores que contribuírem com mais de US$ 250 (R$ 500) e rejeitar doações de lobistas registrados.

O intuito, segundo descreveu o site especializado Politico, é medir a temperatura (e força de mobilização) da OFA. Parece que o quórum ainda é baixo: o grupo disparou para as caixas de emails de gente inscrita no site que ainda não confirmou comparecimento apelos de última hora.

“Esta é sua chance de pôr a mão na massa e planejar o que a OFA fará nos próximos meses”, diz o texto (como todos os jornalistas que cobriram a campanha presidencial, recebo emails da campanha de Obama, dos republicanos e do TeaParty como se fosse eleitora). Há um resumo dos eventos, mas nenhuma menção à presença do presidente no jantar.

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Em baixa http://americana.blogfolha.uol.com.br/2013/03/05/em-baixa/ http://americana.blogfolha.uol.com.br/2013/03/05/em-baixa/#comments Tue, 05 Mar 2013 18:57:36 +0000 http://americana.blogfolha.uol.com.br/?p=138 Continue lendo →]]> WASHINGTON – O índice do instituto Gallup que monitora a popularidade do presidente apontou que a de Barack Obama caiu para seu pior nível desde a posse, 46%.

Obama já teve números mais baixos, 41% e, conforme o instituto, até 39% durante a segunda metade do primeiro mandato. Mas é comum que presidentes reeleitos ganhem algum fôlego na aprovação — e que esse fôlego perdure um pouco mais.

Bill Clinton, nessa mesma altura, em 1997, tinha 57% de popularidade, e mesmo o menos popular George W. Bush somava 52%. Obama já reassumiu com 52%, oito pontos abaixo do antecessor democrata e cinco do republicano.

Os números indicam algumas coisas. Primeiro, Obama governa em um cenário ainda mais polarizado que o de Bush, tanto em linhas geográficas quanto raciais, de gênero, idade e de renda.

Quanto mais velho, branco, rico e morador do miolo do país, mais o eleitor se opõe ao presidente, especialmente se for homem (a aprovação é de 45% entre os homens e 53% entre as mulheres). Só o fator educacional não tem grande peso, com índices similares em todas as categorias, apenas ligeiramente melhores entre os pós-graduados.

Outro ponto é que, aparentemente, o discurso do presidente sobre o sequestro, ou confisco de verbas federais, funcionou, mas não do jeito que ele pretendia.

Depois de o Instituto Pew indicar que 60% dos americanos esperam que a inação do governo sobre o gatilho fiscal tenha consequências graves, o mesmo Gallup mostra que 30% esperam consequências ruins para o país e 51% não sabem avaliar. Culpar os republicanos pelo desastre não parece ter funcionado, já que a aprovação do presidente só caiu.

Curiosamente, Wall Street parece não estar nem aí para Washington. O índice Dow Jones, o principal da Bolsa de Valores de Nova York, registrou no pregão desta terça-feira seu patamar mais alto em todos os tempos, acima dos 14.200 pontos.

(Foto de divulgação)

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Porque nem só de política vive Washington, uma nota turística: o governo distrital anunciou que o Festival das Cerejeiras em 20 de março e irá até dia 26 (na verdade segue até abril, mas o auge é aí). É quando as centenas de árvores que contornam a orla do rio Potomac na altura do National Mall (a esplanada dos monumentos) ficarão repletas de florzinhas cor-de-rosa pálidas, uma das imagens mais bonitas que já vi.

Para quem tem interesse em visitar a capital americana, é excelente hora.

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Sequestro, sequestration, embromation http://americana.blogfolha.uol.com.br/2013/03/01/sequestro-sequestration-embromation/ http://americana.blogfolha.uol.com.br/2013/03/01/sequestro-sequestration-embromation/#comments Fri, 01 Mar 2013 17:55:25 +0000 http://americana.blogfolha.uol.com.br/?p=130 Continue lendo →]]>

WASHINGTON — Os EUA viverão nas próximas semanas uma fase meio América Latina nos anos 80 — ou Grécia nos 2010 — em menor escala. Tratando-se da maior economia do mundo, porém, e estando ela desacostumada a essa situação, é de se esperar que a expressão “sequestro” rode manchetes dentro e fora do país.

“Sequestro” — ou “sequestration” em inglês, uma palavra que me parece tão inventada quanto “rebolation” — é uma espécie de confisco de verbas do governo federal. Segundo a lei, pode chegar a US$ 85 bilhões neste ano.

Foi criado por um dispositivo legal para ter a função de um cachorro bravo ao portão de uma bela casa: para intimidar quem ouse ultrapassar aquela linha. Sim, a ideia de enxugar gastos é ótima e tem de ser levada adiante, mas o tal do “sequestro” impõe, como punição para um Executivo e um Legislativo que não conseguem chegar ao menor dos consensos, que isso seja feito da pior forma possível.

Há divergências ainda sobre como seria essa forma, e qual seria seu peso e efeitos reais. Quem seguramente se dará mal são os funcionários públicos, que em muitas agências receberão férias coletivas forçadas de até 20 dias com suspensão do pagamento. O governo tem estrutura inchada? Pode ser. Mas este não é o jeito de resolver, até porque demissões não estão previstas.

O respeitado Escritório de Orçamento do Congresso, uma agência apartidária encarregada de produzir projeções e estatísticas para o governo, anunciou ontem que o corte não deve superar US$ 42 bilhões neste ano. É 0,28% do PIB dos EUA.

Isso porque há margem de manobra para os órgãos federais cortarem verbas que já não haviam sido previstas para este ano, ou lançar no futuro gastos que por ora só começam a ser feitos e que perdurarão. Sabe quando uma empresa, em vez de demitir, fecha vagas que estavam abertas para a contratação? Ou começa uma reforma e lança o gasto só quando ela fica pronta? É mais ou menos isso.

A ala mais estridente dos republicanos reclamou dos cortes que recairão sobre a Defesa americana, e os democratas mais ciosos protestam sobre o enxugamento de programas sociais. Economistas e analistas avaliam que tanto a Defesa dos EUA continuará a ser a mais bem financiada do mundo, de longe, quanto a previdência social (o “social security”), principal programa do governo, será largamente poupada.

Avaliações de organizações multilaterais e de bancos preveem um efeito econômico diluído que, embora ele possa engolir 0,6 ponto percentual do PIB neste ano (na previsão do Escritório de Orçamento do Congresso), terá um efeito sobre a redução do deficit, ao menos parcialmente, compensador.

A questão, portanto, é mais política do que econômica. Apertar os cintos é preciso, mas não podiam republicanos e democratas deixar a troca de acusações e costurar um pacote fiscal mais organizado e eficaz? O sistema de checks-and-balances (checagem e equilíbrio) entre Congresso e Presidência nos EUA é um modelo para o resto do mundo, mas desta vez parece ter se autossabotado.

Outra coisa interessante é notar como ambos os lados estão usando o discurso para culpar o adversário. Eu me lembro de crescer com ministros da Fazenda brasileiros usando frases como “remédio amargo, mas necessário”. Eu me lembro de ter ouvido ideias do mesmo tipo cobrindo a crise da Espanha e da Grécia.

E me lembro de haver um consenso, por parte de bancos sediados nos EUA, e de instituições financeiras sediadas nos EUA, de que a alternativa era pior. Estranho assistir aos EUA hoje se condoerem de terem de fazer o mesmo, numa escala muito menor. São dois pesos e duas medidas?

Além disso, já que o corte vai ocorrer mesmo, a menos que uma solução relâmpago que não surgiu em seis meses surja até 23:59 desta sexta, não seria melhor explicar ao público seu lado positivo ao invés de contar histórias de terror como têm feitos os deputados dos dois lados e, sobretudo, o presidente Barack Obama? Uma pesquisa do Centro Pew aponta que 60% dos americanos esperam um cataclismo econômico a partir de hoje. Isso é saudável para o ambiente político? Não me parece.

Tudo bem, é pimenta nos olhos alheios, e cortes transversais no Orçamento não são coisa simples. Mas o mercado internacional não fugirá dos títulos do Tesouro americano, tidos como os mais seguros apesar de tudo. Não há colapsos semelhantes ao de 2008 previsto. Não há a perda de credibilidade vista com o impasse sobre o teto da dívida em 2011, ou mesmo os riscos do abismo fiscal na virada deste ano. Não há risco de demissões em massa, segundo o Escritório de Orçamento do Congresso.

Há, isso sim, uma enorme perda de confiança na capacidade americana de fazer política.

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Obama, mídia e drones http://americana.blogfolha.uol.com.br/2013/02/19/obama-midia-e-drones/ http://americana.blogfolha.uol.com.br/2013/02/19/obama-midia-e-drones/#comments Tue, 19 Feb 2013 20:48:44 +0000 http://americana.blogfolha.uol.com.br/?p=125 Continue lendo →]]>

Obama em rara entrevista coletiva em janeiro (Reuters)

WASHINGTON — Uma crítica frequente dos leitores deste blog é que a imprensa americana é muito leniente com o Obama.

Concordo, com algumas ressalvas, com essa crítica (de fato vejo parcialidade, mas não acho que os veículos anti-Obama, como a FoxNews, sejam equilibrados tampouco). Nas duas últimas semanas, algumas coisas ajudaram a evidenciar essa simpatia sui generis.

Primeiro, no início do mês, veio à tona que dois dos mais respeitados veículos do país, o “New York Times” e o “Washington Post”, tinham conhecimento da existência de uma base para a operação de dronesos robôs aéreos, avionetas sem piloto operadas por controle remoto — usados pelos EUA para caçar e matar suspeitos de terrorismo em lugares como o Paquistão e o Iêmen, uma prática no mínimo controversas (em muitos casos, ilegal mesmo).

Os dois jornais mantiveram a informação em sigilo por meses, até o “Times” noticiá-la em fevereiro. Não se trata de especulação, o próprio “Post” divulgou o acordo rompido

Questões de segurança são delicadas, tanto que a revelação do nome de um agente secreto, por exemplo, é traição; o Wikileaks se meteu em enrascada nos EUA por divulgar operações e correspondências diplomáticas que o governo preferia manter na surdina e, em conversas com militares americanos, não foram poucas as reclamações que eu ouvi por a mídia ter divulgado as hediondas fotos da tortura na prisão americana de Abu Gharib, no Iraque, ainda sob o governo de Bush filho.

A justificativa, em qualquer um desses casos, é que informações como essas aumentam o sentimento antiamericano.

É possível debater o assunto quando se tratam de operações sigilosas legítimas. No caso de Abu Ghraib e dos drones, porém, há violação da legislação internacional. Assim com os soldados que acharam muita graça em torturar iraquianos feriram a lei internacional para fazê-lo, as avionetas robóticas do governo Obama não têm um mandato internacional para matar suspeitos, de pronto, sem julgamento.

Há controvérsia até mesmo dentro do governo americano e os militares sobre quais alvos, nesses casos, seriam legítimos. Guerra assimétrica é uma coisa delicada, na qual as regras muitas vezes não ficam claras. Saber que ao menos 12% dos mortos nessas operações são civis inocentes e que a tática é adotada sem nenhum tipo de controle rígido, porém, é apagar totalmente as regras de combate.

A obrigação dos jornais, portanto, era revelar imediatamente a base em solo saudita, assim como era obrigação dos jornais revelar a tortura em Abu Ghraib. Ambos são provas incontestes de quão arraigadas estão as práticas irregulares.

Uma coisa importante de se notar é que essa aparente leniência dos veículos americanos com o governo pode não ser mera simpatia. O site Político, um dos melhores na cobertura dos bastidores de Washington, publicou nesta terça uma excelente reportagem sobre como a Casa Branca de Obama consegue controlar a mensagem — “bombar” ou limitar assuntos e contextos na mídia.

Para quem lê em inglês, o texto está aqui. No geral, os autores chamam a atenção para as poucas entrevistas coletivas concedidas por Obama, em contraste com as informações de bastidores supostamente “vazadas” por seu governo.

Como repórter, eu recebo parte desses emails, e garanto que eles são da mesma família que os comunicados das empresas tentando divulgar seus produtos. Com esses “vazamentos”, o governo tenta se adiantar à eclosão dos fatos, alimentando o fluxo noticioso e já imprimindo nele seu ponto de vista (o que, nos EUA, se chama “spin”, torcer os fatos para que pareçam favoráveis a você).

Some isso a um domínio inédito, em termos de governo, do uso das redes sociais e voilá, temos uma caixa de eco. Há críticas, claro, mas elas só costumam com atraso, como foi no caso dos drones.

Obama, obviamente, não é o primeiro presidente (americano ou de qualquer lugar) a tentar dominar a mensagem que se dissemina na mídia. Mas é o mais bem-sucedido.

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A campanha de US$ 5 bi http://americana.blogfolha.uol.com.br/2013/02/04/a-campanha-de-us-5-bi/ http://americana.blogfolha.uol.com.br/2013/02/04/a-campanha-de-us-5-bi/#comments Mon, 04 Feb 2013 19:47:14 +0000 http://americana.blogfolha.uol.com.br/?p=118 Continue lendo →]]>

WASHINGTON – A eleição de 2012 nos EUA consumiu US$ 4,8 bi de dólares entre a campanha presidencial e as do Legislativo e levantou US$ 5,7 bilhões, segundo dados da Comissão Federal Eleitoral divulgados no fim da semana passada.

Em reais, dá, respectivamente, R$ 9,5 bilhões e R$ 11,3 bilhões, no câmbio desta segunda.

Números tão altos não encontram parâmetros em eleições anteriores: por causa de uma mudança na lei em 2010, um em cada três desses dólares — um total de US$ 1,6 bilhão — não veio de candidatos, partidos nem de comitês de campanha, mas de grupos de ação política que atuam nas bordas da fiscalização.

Os números da Comissão Federal Eleitoral (FEC), que incluem arrecadação e gastos de 1ë de janeiro de 2011 até 30 de setembro de 2012, também deixam clara uma tendência.

Grandes doadores que preferem manter sue nome em sigilo preferirão, em boa parte dos casos, doar para os grupos de ação política — conhecidos como PAC e SuperPAC — do que aos candidatos. Afinal, esses últimos são obrigados a listar seus doadores, os primeiros não.

A movimentação ficou óbvia no último ciclo eleitoral. Enquanto os PACs levantaram quase US$ 1,8 bilhão, a arrecadação dos comitês presidenciais caiu 25% (de US$ 1,4 bilhão em 2008 para US$ 1,04 bilhão na eleição passada), e os gastos encolheram 31% (de US$ 1,33 bilhão para US$ 923 milhões).

Na eleição do Legislativo o cenário é mais turvo. A arrecadação e os gastos dos candidatos recuaram neste ano em relação a 2010 (cerca de 10%), mas aumentaram sobre 2008 (quase 30%).

Os PACs, entre os quais o maior expoente é provavelmente o criado pelo estrategista republicano Karl Rove, podem doar para candidatos (e o fazem).

Mas a maior parte do dinheiro que obtêm é empregada, pelos dois lados do jogo político, no que chamamos de campanha suja: comerciais de TV e rádio com diferentes graus de veracidade denegrindo a imagem de um político não-alinhado ao que o grupo prega, seja na corrida à Casa Branca ou ao Capitólio.

O levantamento final da FEC, com todos os dados entregues pelos candidatos, traz mais coisas interessantes.

Mitt Romney (com o Partido Republicano) manejou melhor seu orçamento, encerrando o ciclo com US$ 383 mil em caixa e uma dívida de US$ 825 mil. Já Barack Obama e os democratas ficaram com uma dívida de US$ 21,5 milhões, contra US$ 4,7 milhões de reservas, calcula o think-tank Centro pela Política Responsável.

Entre os PACs, aqueles ligados a grandes empresas foram os mais ativos (US$ 306 milhões gastos), seguidos pelos criados por sindicatos (US$ 213 milhões), e bem à frente dos relacionados a entidades comerciais, cooperativas, empresas de capital fechado e associações.

Espantoso, porém, é que grupos que se declaram ªsem vínculosº para efeito legal — mas, graças às brechas da lei de 2010, não necessariamente o são — despejaram, sozinhos, US$ 802 milhões na última campanha.

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Adeus Hillary? http://americana.blogfolha.uol.com.br/2013/02/01/adeus-hillary/ http://americana.blogfolha.uol.com.br/2013/02/01/adeus-hillary/#comments Fri, 01 Feb 2013 19:35:35 +0000 http://americana.blogfolha.uol.com.br/?p=111 Continue lendo →]]>

WASHINGTON — Hillary Clinton deixa hoje o cargo de secretária de Estado dos EUA mais popular do que entrou. A julgar pelo tanto que ela tem rido na série de entrevistas de despedida que ela distribuiu para a mídia americana nas últimas duas semanas, sai mais leve também.

Pense bem ou mal dela, dificilmente alguém chamará Hillary agora de ex-primeira-dama. Ok, não que seja um papel esquecível, mas é pequeno para alguém que mergulhou com vontade no Departamento de Estado (mesmo que o primeiro papel tenha lhe servido para desempenhar o segundo — afinal, um sobrenome Clinton dispensa etapas de diplomacia).

“A ordem mundial precisa de um novo arquiteto”, disse ela na quinta-feira, em seu último evento como chefe da diplomacia, no Council on Foreign Affairs aqui em Washington, lotado para ouvi-la. “Mas ele precisa ser mais Frank Gehry do que grego clássico.”

A alusão é às colunas neoclássicas onipresentes em Washington, onde falta a criatividade vista na subversão de formas pelo arquiteto nascido no Canadá.

Hillary, porém, não foi lá muito ªGehryº. Sua gestão na diplomacia não merece ser chamada de transformadora.

É verdade que Hillary colocou mais em evidência temas como educação e direitos das mulheres, e pode ter mudado o discurso americano para dar mais ênfase ao ªsmart powerº (poder da força misturado ao poder de influenciar, e não só o primeiro).

Mas a recalibragem da política externa rumo à Ásia é obra de Obama, não dela. A remodelação do discurso de combate ao terrorismo também — e ante a atuação americana na Líbia e a persistente política de ªdronesº de Obama, os robôs aéreos usados para matar suspeitos de terrorismo que no caminho acabam matando também civis, essa mudança não foi muito além do discurso.

E a volta para a ênfase na economia (“hoje todo diplomata americano tem como missão pensar nos empregos dos americanos aqui dentro do país”) é antiga no receituário americano, talvez só um pouco ofuscada nos anos de bonança e depois de guerra.

O que Hillary pode ter feito tanto quanto Obama, ou até mais, tenha sido melhorar a imagem americana no mundo. Eu esperava mais dos dois no início de mandato. Mas olhando daqui, de dentro, a impressão é que a secretária de Estado ganhou (ou preservou) mais respeito do que o presidente — e isso dos dois lados do espectro político.

Se ela trabalhou em seu próprio favor ou se a abnegação que a levou a visitar 112 países, número recorde, só em um ou dois anos poderemos dizer (Condi Rice, porém, viajou 100 mil milhas a mais do que ela, 1,06 milhão).

É esse o prazo que Hillary tem para decidir se em 2016, quando tiver 69 anos, será ou não candidata à Presidência.

E fiquem atentos a Chelsea. Se a saúde de Hillary — depois da queda, da pancada na cabeça, e no coágulo — tolher suas ambições, a filha certamente estará ali, a postos. Só não se sabe com que tipo de talento.

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Aos leitores, peço desculpas pela ausência. Mas, honestamente, com a tragédia de Santa Maria eu realmente achei que nada que eu pusesse aqui nos primeiros dias seria minimamente relevante.

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