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Americana

Ideias e histórias que só poderiam vir dos EUA

Perfil Luciana Coelho é repórter em Washington

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Colbert no Senado

Por Luciana Coelho
11/12/12 16:07

WASHINGTON – A linha entre o que é real e o que é ficção, entre sarcasmo e ativismo, sempre foi borrada no programa do humorista Stephen Colbert, que todas as noites, durante a semana, se “disfarça” de comentarista conservador para pregar ideias liberais (no sentido americano da palavra).

 

Colbert está deixando muita gente confusa (montagem sobre foto de divulgação)

 

Em sete anos de programa, porém, nunca a posição dúbia do humorista, que mistura o lado excêntrico do noticiário a entrevistas, foi tão confusa. Enquanto o comediante se esmera para tirar graça das contradições do sistema político americano, uma nova pesquisa o coloca como o favorito para assumir um lugar vago no Senado pela Carolina do Sul, com 20% das preferências contra 15% do segundo colocado, o representante (deputado) Tim Scott.

A pesquisa não é a mais confiável do mundo, pois foi feita pelo PPP, ligado ao Partido Democrata. A vaga tampouco depende de eleição para ser preenchida — será a governadora republicana Nikki Haley que indicará o sucessor do senador Jim DeMint, do Tea Party, que renunciou após ser convidado para dirigir o um centro de estudos conservador Heritage Foundation.

 Mesmo assim, ela dá a temperatura de como realidade e ficção se embaralham na política americana. O twitter da governadora foi inundado com pedidos para que ela escolha Colbert, aos quais ela respondeu simpaticamente dizendo que ele falhou, em uma entrevista com ela neste ano, ao responder qual era a bebida que simboliza a Carolina do Sul (é o leite. Essa coisa dos símbolos dos Estados, bebida, slogan, passarinho, flor, merecia um post a parte).

O curioso é que na noite de segunda Colbert falou da pesquisa durante todo o seu programa, e fez sugestões irônicas a Haley para que o escolhesse em troca de financiamento de campanha arrecadado por seu SuperPAC durante as eleições. Era piada. Ou não?

Como a nossa, a política americana está cheia de artistas que transitam de palcos e telas para palanques — os deles, aliás, com bem mais sucesso. O presidente Ronald Reagan foi o mais bem-sucedido, mas a lista inclui o “governator” Schwarzenegger, o comediante Al Franken (senador por Minnesota), o ator Fred Thompson, que tentou a candidatura à Casa Branca pelo Partido Republicano em 2008 e, agora, a atriz Ashley Judd, que quer desafiar Rand Paul, o filho do Ron, por uma vaga no Senado por Kentucky.

A diferença é que a grande farsa do Colbert tem um requinte quase faustiano — os demais artistas a se metamorfosearem em políticos foram sérios sobre suas intenções desde o princípio. Não tem nada de Tiririca nessa história.

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Comentários

  1. Joe comentou em 11/12/12 at 6:30 pm

    Acho que essa história tem tudo de Tiririca!

  2. Marcelo Z comentou em 12/12/12 at 8:31 am

    O Colbert é ótimo. Morei nos EUA por 3 anos e continuo acompanhando os programas pela internet só para não perder contato com a cultura e política deles. Ele é muito inteligente e cínico, e faz um humor de alto nível só com as abobrinhas ditas por políticos e celebridades.

    • Luciana Coelho comentou em 12/12/12 at 7:30 pm

      Ele é muito cínico, mesmo. Mas, com tanta gente querendo votar nele, fico na dúvida se não o estão levando mais a sério do que deviam. Abs.

      • Marcelo Z comentou em 13/12/12 at 10:03 am

        Exatamente, ele parece que ta levando a sério, não da pra saber o que ele faria de verdade. Se ele virar senador vai acabar o personagem Colbert.

      • Andre Kenji comentou em 16/12/12 at 11:37 pm

        Não é que tem tanta gente querendo votar nele. Os nomes republicanos da pesquisa tem pouca margem de voto, e como não há nenhum nome democrata na lista é natural que os democratas e alguns independentes da lista escolham Colbert.

        • Luciana Coelho comentou em 17/12/12 at 3:15 pm

          Não, André, existe um movimento mesmo. Eu interpreto como “voto de protesto”. Aliás, a governadora já escolheu o substituto, um jovem deputado republicano. Abs.

  3. Otávio Jorge Caldas comentou em 12/12/12 at 2:15 pm

    Seria legal ver Ashley Judd no Senado. Pelo menos uma vez, é bom tentar por em prática as teorias que artistas, como ela, bradam o tempo todo. De uma coisa tenho certeza: o Senado teria uma beleza e um talento ímpar.Se eleita, o marido vai continuar correndo na Fórmula Indy?

    • Luciana Coelho comentou em 12/12/12 at 7:28 pm

      Otávio, você é fão da Ashley Judd? Meu marido também. Eu acho ela meio canastrona, espero que seja melhor política do que atriz…

  4. Jack in the Box comentou em 19/12/12 at 1:48 pm

    Deu Tim Scott pessoal, e o “Tiririca” mal preparado ficou de fora.
    Com o microfone na mão todo mundo quer se político.
    Me faz lembrar o Manuel da Nobrega que no rádio era fantástico, mas quando foi político NADA FEZ.

  5. Gabriella comentou em 25/12/12 at 8:54 pm

    O Colbert (comediante,não o personagem) nunca iria pra política,ela já falou isso.
    Pra quê ele iria sair de um programa com altos níveis de audiência pra política?
    Ele já se candidatou pra presidente,mas ele só queria concorrer…
    Ele é muito mais evoluído q o tiririca,ñ entendo as comparações…

    • Luciana Coelho comentou em 25/12/12 at 10:00 pm

      A comparação com o Tirirca é pelo voto de protesto, Gabriella. Não acho que o Colbert realmente chegue a ir para a política — embora essa hipótese não deve deva ser descartada, veja só o Al Franken. Mas certamente há muita gente disposta a votar nele, seja por uma rejeição ao político tradicional, semelhante à que elegeu o Tiririca no Brasil; seja por um simples voto de protesto, um recado. Abs.

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